Não é raro quando no consultório sou surpreendida pelos pacientes que buscam certezas e tentam fugir do desconforto a todo custo. “O que eu devo fazer para que dê tudo certo e eu não me decepcione?”, a resposta é sempre “isso não é possível”.
Enquanto não aceitarmos que a vida tem dor e que nada, absolutamente NADA está sob controle, viveremos presos em ilusões. A vida é uma aventura. Louca, surpreendente, perigosa, divertida, triste, imprevisível, e sim, você viverá dias ruins e bons. O que vai separar uma vida triste de uma vida feliz é exatamente o que você escolhe fazer com cada um desses acontecimentos e como vai enxergá-los.
Nos dias ruins você não precisa pensar positivo. O que você precisa é aceitar que sim, haverão estes dias, e neles você precisará cuidar melhor de você. Você pode pensar “hoje não é um dia bom para mim, estou desanimada e triste, mas entendo que isso faz parte de ser humano e estar vivo, aceito esta emoção ao mesmo tempo em que me acolho e faço algo para me ver bem”.
Não é errado sentir emoções desconfortáveis, muitas vezes elas nos comunicam quando algo na nossa vida não vai bem e requer a nossa atenção. A tristeza pode te sinalizar que você não está fazendo boas escolhas, ou que você precisa repensar suas relações, ou que onde você está já não é mais o seu lugar. Ela chama a sua atenção para sua saúde, seu corpo, suas prioridades. Sim, as emoções desconfortáveis tem sua função, por isso não tente fugir dela a todo custo.
Saber sustentar a incerteza e continuar caminhando é condição básica para a vida. Não podemos ter plena convicção de tudo, mesmo que o planejamento deixe o caminho mais organizado, por melhor que seja seu planejamento é necessário flexibilidade para refazer a rota quando necessário, respeitando a imprevisibilidade inerente a vida.
Suportar o desconforto, das frustrações, decepções, dores, medo, é outra condição básica para viver melhor a vida. Saiba que muitas vezes vai doer, e muito. E você vai precisar continuar. Suportar todo o desconforto da caminhada e ainda assim continuar a andar, talvez precise andar mais devagar, fazendo pausas maiores, refazendo a rota, mas precisará continuar, por você.
Lembre-se sempre da importância de sustentar a incerteza e suportar o desconforto e continuar a sua caminhar no seu ritmo. Assim cada passo será mais realista e de forma mais acolhedora você vai encontrar mais força no caminho.
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